quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vasco Ribeiro cai na semi-final- Trials Quiksilver Pro Gold Coast

Vasco Ribeiro apôs uma fantástica prestação no round 1 onde ficou em primeiro lugar da sua bateria, nas semi-finais a sintonia entre o nosso prodígio e o mar não foi a melhor, o backwash constante e as raras ondas surfaveis foram a constante neste heat. Vasco de tudo fez para conseguir um resultado melhor, mas sem efeito, mais uma vez mostrou um surf de alta competição. A sua inteligência no mar aliada à sua técnica tem vindo a ser elogiada e apontada pelos melhores críticos de surf, acreditamos que num futuro muito próximo poderemos torcer no Tour não por um compatriota mas sim por dois, boa sorte para o Vasco e para o Tiago que vai entrar em prova já este fim de semana.




Hélder Barbosa e João Telmo

Vasco Ribeiro - Trials Quiksilver Pro Gold Coast

Vasco Ribeiro acaba de vencer os autralianos Lincoln Taylor e Brent Dorrington. Com um score de 12 pontos não deu hipóteses perante os locais. A onda estava dificil e os sets demoravam a entrar, contudo vasquinho como nos tem habituado surfou sempre com consistência e inteligência. Uma boa escolha de onda com floaters criticos, rasgadas com power e "snaps" no limite ditaram a sua excelente prestação no heat. Mais uma vez, o surfista português provou que está num excelente momento de forma, a surfar com muita consistência nesta sua temporada na australia.

Relembramos que domingo começa a prova numa das ondas míticas do WT e conta com a presença do já habitual Tiago Pires, que fez um excelente 3º lugar em 2011. Damos agora o nosso apoio para ver dois dos mais talentosos portugueses a competir na primeira etapa do mundial.

Parabéns Vasco!





João Telmo e Hélder Barbosa

domingo, 19 de fevereiro de 2012

John John Florence the Real Pipe Master!

Este surfista, ainda não é muito conhecido pela comunidade geral, mas já bastante admirado pelo amantes da modalidade é o tema em foco nesta bela noite de domingo.

John John Florence viveu praticamente toda a sua vida no Hawaii e é local da onda mais famosa do mundo - Pipeline. Kelly Slater recentemente referiu-se sobre John John Florence da seguinte forma "He is gonna win the contest (Pipe Masters) in next twenty years!", precisamente após a sua vitória nos quartos de final de Pipeline Masters.

As suas pontuações ao longo do torneio não deram a mínima chance a qualquer outro surfista, John John surfa esta onda como ninguém e em qualquer tipo de maré e swell. É exímio em atrasar o drop e sair no spray com a maior das facilidades, em conseguir apanhar as maiores ondas do dia e fazer backdoor sempre bastante atrasado no tubo. Ainda mais recentemente numa final impressionante, no Volcom Pipe Pro, com Jamie O'Brien, nos últimos segundos fez uma onda de 10 pontos virando a bateria que estava a ser liderada por JOB desde o minutos iniciais.

John John é especialista em onda tubular, com potência, mas como a sua vitória na tripla coroa havaiana demonstra é também um atleta multi facetado. Em Haliewa chegou as meias finais, numa onda que exigia muitas manobras radicais essencialmente aéreos inovadores. Venceu categoricamente em Sunset com ondas gigantes, uma onda que exigia um power surf, tubos apertados e rasgadas e batidas no seu limite. Em Pipeline demonstrou todo o seu talento e conhecimento da onda conseguindo os mais altos scores ao longo de todo o torneio, infelizmente um Kelly Slater inteligente, e uma prioridade mal cedida por parte do jovem talento ditaram a sua eliminação na mais famosa onda do mundo.

Este será o seu primeiro ano completo no World Tour, estamos ansiosos para ver o que John John Florence é capaz mas uma coisa é certa inovação tubos impossíveis, aereos espectaculares e manobras no limite são um dado garantido.

O vídeo abaixo demonstra a relação do surfista havaiano com as ondas portuguesas. Relembro que fez uma grande meia final na Ericeira e conseguiu um bom resultado em Peniche.



Ainda esta onda gigante (Double Wave) só ao alcance dos verdadeiros campeoes. Pipe Masteres 2011



Por último uma imagem que Johh John nos habituou nestes últimos meses, um "Perfect Ride" em Pipeline.


Boa Sorte, John Florence.

João Telmo

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Quando a vontade é muita mas o mar não ajuda

Como é do conhecimento de todo o praticante de surf, nem sempre as condições do mar são as melhores, ao contrario das revistas e filmes de surf em que vemos apenas ondas perfeitas e fantásticas, na vida do surfista comum, temos muitas vezes de nos sujeitarmos as condições que temos.
É entao no domingo passado e, apôs um serão de surf a acompanhar o nosso Vasco Ribeiro e Frederico Morais no Braka Burleigh Pró (estes dois surpreenderam tudo e todos, valeu ficar ate as 3h da manha a velos), que surgiu a vontade de ir apanhar umas ondas, mas infelizmente o único dia que podíamos era antes do inicio da semana, então foi nesse domingo que decidimos ir surfar à pró para um mar sem grande sweel mas com um quebra coco gigante (great or not). A praia escolhida foi a Praia do Aterro em Leça da Palmeira, esta praia este ano ainda não nos tinha decepcionado, mas como sempre no dia em que estávamos mais motivados a surfar, as ondas apresentaram-se pequenas, acompanhadas de uma maré cheia, claro que os wipeouts e os beijinhos na areia foram uma constante, passamos 2 horas a remar e 10 min a surfar, mas é aqui que se encontra o espírito do surf. Surfar nem sempre é apanhar ondas fantásticas, a relação que estabelecemos com o meio, a descontracção, o convívio e os por do sol fazem parte da magica do surf, não tivemos ondas, mas tudo o resto esteve como devia, por isso foi uma boa sessão, e quanto muito deu para puxar um pouco pelos braços.


 Estava bonito de se ver (não surfar)



Bem parecia ter potencial 



Estava quase quase jesus, ia salvar a sessão esta onda



Mas pronto iludiu a onda e o resultado é uma cabeçada na areia, também acontece 

Texto e surfada Helder Rodrigues
Fotografia Catarina Ribeiro

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ponta Negra - Natal (Rio Grande do Norte)

Ponta Negra, bem para além de ter vivido nesta zona da cidade de Natal durante uns maravilhosos 6 meses, tive a sorte de conhecer uma praia óptima para iniciar à prática da modalidade.

A onda de Ponta Negra é um beach break clássico, funciona bem com todo o tipo de marés e todo o tipo de swell, contudo quando chegava um swell de Nordeste as condições melhoravam muito. Ao longo de todo o comprimento da praia é possível encontrar pranchas para alugar, bem como alguns locais que estão disponíveis para te dar umas aulas de iniciação. Se o objectivo for ficar por mais de um mês aconselho a alugar uma prancha ou no Robson ou no Jorge. Estes dois locais são bastante conhecidos por qualquer surfista de Ponta Negra. 

Assim, para alguém que alguma vez tiver o privilégio de viajar até este paraíso tropical tem que experimentar viver como um verdadeiro brasileiro e provar um açai, água de coco, marisco e juntando a uma bela surfada finalizar o dia com um forro. 

Falando mais sobre a onda desta praia. A primeira vantagem que identifico é o facto de a agua ser bastante quente, pelo que se pode estar na agua 3 ou 4 horas sem que isso seja um incómodo. Outra vantagem é qualidade de surf dos locais, é normal ver neste beach break locais a mandar grandes aéreos, rasgadas e batidas, sem dúvida te leva a querer surfar melhor que eles ou pelo menos tanto quanto eles. Existem ao longo de todo o comprimento da praia diversos picos, para todos os gostos e feitios, iniciantes ou experientes, normalmente quanto mais te afastas do morro do careca melhor a qualidade das ondas. O tamanho normal desta onda diria que varia entre 1 metro e metro e meio, nas melhores ondas é possível encontrar secções que permitem várias manobras, e em dias clássicos é normal ver secções tubulares.

O localismo, varia também com os picos, mas não considero este um grande problema. Se respeitares os locais e deixares ires nas melhores ondas não haverá problemas, todavia com o tempo vais ganhando confiança e começas a ser respeitado e acarinhado pelos locais.

Vista Geral da Praia de Ponta Negra,



Onda em Ponte Negra, é possível ver que consegue por vezes abrir secções tubulares.


Eu procurando a direita, com o meu irmão, local de Ponta Negra, que surfa muito, Marco Merlini!


Boas ondas e força na remada =D,

João Telmo

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Início

Caros surfistas,

A vida tem muitos inícios, diferentes e variados. Quando começamos novas etapas das nossas vidas olhas normalmente para o futuro com um sorriso, acreditamos sempre que será melhor do que o presente. Se assim não o fizermos, estamos a fugir a uma condição essencial  para a felicidade humana. O Início deste Blog deu-se numa viagem entre a Maia, e a praia do Aterro em Leça da Palmeira.

Com já bastantes sessões de surf realizadas achamos por bem que já éramos detentores de conteúdo para abrir um Blog. Eu, João Telmo, já andava a pensar nesta ideia, até que como telepaticamente, o Hélder nessa viagem diz-me: "Vámos abrir um Blog", "E não vamos pensar duas vezes, fazemos e pronto!".

Ficou assim decidido!

Vou agora contar outro início. O início da nossa amizade. Temos de recuar então cerca de dois anos e meio, em que me comecei a aventurar nos mares, não sabia bem porquê, mas sempre senti que tinha uma ligação forte com o oceano, apesar de viver relativamente afastado de qualquer praia. Após trabalho árduo numas férias de Natal decidi comprar uma fato de surf (Deeply 3.2), umas barbatanas e uma prancha de bodyboard. Estava pronto e decidido a me aventurar nas praias portuguesas. Numa das minhas primeiras sessões através de amigo em comum conheci o Hélder. Ele surfava, e eu tentava fazer qualquer coisa com a minha prancha de bodyboard. Muito tempo passou após esta primeira aventura juntos, até que após viver 6 meses no Brasil (Natal, Rio Grande do Norte), onde aprendi a surfar decidi contactar o Hélder por forma a me fazer companhia nas minhas surfadas em terras portuguesas. E assim começou, de todos os amigos que temos em comum nós éramos de facto aqueles que demonstravam força de vontade, espírito de sacrifício e paixão suficiente para tentar surfar sempre que fosse possível, mesmo que fossemos obrigados a acordar as 6 da manha ou conseguir aguentar temperaturas muito perto dos zero graus. Este foi assim o elo de ligação pelo qual a amizade se foi construíndo...

Abaixo segue uma imagem de uma praia que costumamos frequentar, que apesar de por vezes ser criticada sabemos que quando as condições se proporcionam tem capacidade para proporcionar ondas de classe mundial, falamos então da Praia de Matosinhos. Principalmente uma esquerda que começa a quebrar junto ao castelo do queijo e que normalmente percorre o edifício transparente até que fecha por completo.

Boas surfadas,

João Telmo

Esquerda do Castelo do Queijo, Matosinhos

Missão

Surfistas nacionais, lusófunos ou qualquer surfista que ame a modalidade tanto quanto nós. É este grupo de pessoas a quem queremos contar as nossas histórias, aventuras, desgraças, pesadelos, ou simplesmente aquelas alturas em que ficamos simplesmente semanas à espera de ondas. Queremos também promover o Surf nacional especialmente na Região Norte. Não queremos com isto demonstrar algum bairrismo provinciano. Queremos mesmo que toda a comunidade surfista se envolva com este projecto. Teremos esta especial atenção com a Região Norte simplesmente porque foi aqui que crescemos, são estas as ondas que conhecemos, que nos dão alegrias, lesões, tristezas, adrenalina... Bem, todos os sentimentos associados à prática da modalidade (à quem lhe chame mesmo estilo de vida, o que nos parece bastante correcto).

Após definido o objetivo principal, e o meio de o alcançar a pergunta que nos colocamos é a seguinte. Como promover o Surf Nacional? Ora bem, tentaremos através de vídeos, textos, fotos, entrevistas ou qualquer outra forma que nos pareça adequada, vamos mostrar o que de melhor o nosso país tem, e sabemos bem que existem muitas ondas e boas na costa portuguesa, muitos picos escondidos, quase paradisíacos...

Boas Ondas,

João Telmo e Hélder Barbosa